L | iteratura
Naquela tarde você me ensinou a andar de bicicleta e disse para que eu olhasse sempre para frente.
Depois, fomos ao quintal e plantamos algumas sementes de alface. Eu indaguei que hora voltaríamos para colhê-las e você deu um riso largo e disse: “estão plantadas, vamos esperar.”
Naquela tarde você me ensinou a andar de bicicleta e disse para que eu olhasse sempre para frente.
Depois, fomos ao quintal e plantamos algumas sementes de alface. Eu indaguei que hora voltaríamos para colhê-las e você deu um riso largo e disse: “estão plantadas, vamos esperar.”
A noite caiu e eu ganhei meu beijo de boa noite.
Na manhã do dia seguinte, quando eu acordei, você já não estava mais lá. E o dia pareceu continuar como a noite.
As alfaces cresceram, a bicicleta foi substituída por uma moto, mas meus dias continuavam uma noite. Era triste chamá-lo e não ouvir sua resposta. Visitava-o em seu novo lar, mas jamais compreendi o porquê das pessoas trocarem suas casas por aqueles lugares apertados.
Você longe, as alfaces já colhidas e a bicicleta encostada.
Vi, malgrado nunca quisesse, que era preciso plantar coisas boas, afinal jamais saberíamos se seria nós mesmos que as colheríamos...
Você longe, as alfaces já colhidas e a bicicleta encostada.
Vi, malgrado nunca quisesse, que era preciso plantar coisas boas, afinal jamais saberíamos se seria nós mesmos que as colheríamos...
Vi, com a dor dos que sentem, que a vida é rápida e o que importa são os momentos de adrenalina em que vento sopra mais forte no seu rosto e a sensação de medo parece ser maior que a de coragem. Mas vi, principalmente, que mesmo nestes momentos, sempre haverá alguém para lhe dizer: “olhe para frente!”
Vi ainda que a noite continuava em meu coração, mas dessa vez a vontade de ver o dia havia passado, pois aprendi que é somente na penumbra que se enxerga as estrelas...