Com as eleições marcadas para o
1º domingo de outubro deste ano, as campanhas eleitorais seguem acirradas,
tomando espaços até antes pouco utilizados, como por exemplo, a rede social
Facebook. A utilização desta ferramenta no angario de votos já é em si
polêmica, pois há os que concordam e há os que a tacham de poluição visual num
ambiente que deveria ser de descontração. Contudo, não é isso que me interessa
no momento, mas sim a forma com que alguns cabos eleitorais e demais adeptos
buscam convencer o eleitor a votar no seu candidato no ambiente virtual (e por
analogia, em todos os meios).
A campanha, em um conceito
simplório, existe para que o candidato tenha tempo de persuadir o eleitor e este,
por sua vez, de deixar-se convencer naquele que quer que lhe represente nos
próximos quatro anos. Malgrado esta seja a ideia, há pessoas (e candidatos) que
vivem reacionariamente e enxergam na campanha uma forma de fazer escárnio de
seus adversários: a isso chamamos de “política dos despolitizados”.
Enquanto que a política deveria
ser forma de bem gerenciar a Cidade (polis), a campanha eleitoral não deveria ser
meio de injuriar, caluniar ou difamar os adversários. A experiência dos anos
democráticos mostrou-nos que é mais saudável para o povo candidatos que no
pleito mostrem projetos e possibilidades fáticas de realizá-los, do que o mero
defeito dos adversários. Pior que isso, os usuários do escárnio – aqui também
incluídos no conceito de política dos despolitizados – acham tais atos úteis,
quando na verdade não passam de motivo de vergonha para aqueles que estudaram o
mínimo de ciência política.
A política não se faz com
agressões – pode até ser que em algum momento da história a violência fez-se
necessária – mas no atual estágio da democracia só denota que o candidato não
possui gabarito suficiente para se assegurar e precisa fazer com o que o
adversário fique mais fraco... Sigmun Freud talvez explique isso... eu não sei.
Penso que precisamos de um jeito
novo de fazer política. Um jeito em que a liberdade de expressão [política] não
se confunda com a libertinagem de ofender pessoas dotadas de direitos inerentes
da personalidade. Esse jogo sujo de quem xinga mais pertence aos coronéis do
passado. Hoje nós precisamos ter uma visão maior e lutar todos juntos para um
Brasil melhor.
Esclareça-se que não conclamo
aqui a unidade partidária, mas sim o respeito mútuo entre aqueles que pleiteiam
as Prefeituras e as Câmaras Municipais deste Brasil.
Por fim, desprende-se o desejo de
que a política partidária não nos cegue ao ponto de deixarmos de ver atrás de
cada candidato um ser humano que também pode ser sentir injuriado, difamado,
caluniado e que, como qualquer outra pessoa, sente a dor do escárnio.
Conclamemos uma política nova!
Eu acredito!