Do que constam

2 de setembro de 2012

A POLÍTICA DOS DESPOLITIZADOS




Com as eleições marcadas para o 1º domingo de outubro deste ano, as campanhas eleitorais seguem acirradas, tomando espaços até antes pouco utilizados, como por exemplo, a rede social Facebook. A utilização desta ferramenta no angario de votos já é em si polêmica, pois há os que concordam e há os que a tacham de poluição visual num ambiente que deveria ser de descontração. Contudo, não é isso que me interessa no momento, mas sim a forma com que alguns cabos eleitorais e demais adeptos buscam convencer o eleitor a votar no seu candidato no ambiente virtual (e por analogia, em todos os meios).

A campanha, em um conceito simplório, existe para que o candidato tenha tempo de persuadir o eleitor e este, por sua vez, de deixar-se convencer naquele que quer que lhe represente nos próximos quatro anos. Malgrado esta seja a ideia, há pessoas (e candidatos) que vivem reacionariamente e enxergam na campanha uma forma de fazer escárnio de seus adversários: a isso chamamos de “política dos despolitizados”.
Enquanto que a política deveria ser forma de bem gerenciar a Cidade (polis), a campanha eleitoral não deveria ser meio de injuriar, caluniar ou difamar os adversários. A experiência dos anos democráticos mostrou-nos que é mais saudável para o povo candidatos que no pleito mostrem projetos e possibilidades fáticas de realizá-los, do que o mero defeito dos adversários. Pior que isso, os usuários do escárnio – aqui também incluídos no conceito de política dos despolitizados – acham tais atos úteis, quando na verdade não passam de motivo de vergonha para aqueles que estudaram o mínimo de ciência política.

A política não se faz com agressões – pode até ser que em algum momento da história a violência fez-se necessária – mas no atual estágio da democracia só denota que o candidato não possui gabarito suficiente para se assegurar e precisa fazer com o que o adversário fique mais fraco... Sigmun Freud talvez explique isso... eu não sei.

Penso que precisamos de um jeito novo de fazer política. Um jeito em que a liberdade de expressão [política] não se confunda com a libertinagem de ofender pessoas dotadas de direitos inerentes da personalidade. Esse jogo sujo de quem xinga mais pertence aos coronéis do passado. Hoje nós precisamos ter uma visão maior e lutar todos juntos para um Brasil melhor.

Esclareça-se que não conclamo aqui a unidade partidária, mas sim o respeito mútuo entre aqueles que pleiteiam as Prefeituras e as Câmaras Municipais deste Brasil.

Por fim, desprende-se o desejo de que a política partidária não nos cegue ao ponto de deixarmos de ver atrás de cada candidato um ser humano que também pode ser sentir injuriado, difamado, caluniado e que, como qualquer outra pessoa, sente a dor do escárnio. Conclamemos uma política nova!

Eu acredito!