Do que constam

31 de março de 2012

Política | Direito |

28 DE MARÇO 



Uma manifestação.  Vários estudantes.  Era de Regime Militar. Surge o conflito.
Em 28 de Março de 1968 atravessava o peito do estudante Edson Luís de Lima Souto a bala de um militar da ditadura, ceifando, pois, sua vida, seus sonhos, seu futuro... Morria ali, no centro da cidade do Rio de Janeiro, um jovem; nascia, ao mesmo tempo, o Dia do Estudante.
Exatos 43 anos depois, centenas de estudantes e cidadãos das mais diversas tribos se reuniram para mais uma vez manifestar – e de forma indireta, honrar esse estudante mártir da democracia.
Às 17 horas, em frente à Prefeitura Municipal de Campinas, concentraram-se os manifestantes que, munidos de cartazes e de voz uníssona, protestavam contra o aumento das passagens do transporte público, contra o aumento absurdo dos excelentíssimos vereadores e em repúdio à imoralidade política que parece ter se instalado em Campinas.
Mais que protestar, os jovens exerciam seus direitos garantidos pela Constituição Federal de 1988, que em seu artigo 5º principia:
Artigo 5º...
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

Claro como a luz, nossa Carta Magna não impõe limites e não permite que ninguém os ponha quando o assunto é manifestar seu pensamento, seja ele de complacência ou de revolta – como foi o Ato. Foi assim, com o compromisso de quem quer uma cidade melhor, que o brado fez eco pelas avenidas Anchieta, Benjamin Constant, Senador Saraiva e Francisco Glicério, parando o trânsito e movimentando a revolta e a indignação dos que protestavam.
Estiveram presentes a Polícia Militar e agentes da ENDEC, cumprindo seu papel constitucional de proteger os manifestantes. Desta vez proteger...
O protesto acabou às 20h, mas a vontade e a disposição dos manifestantes apenas começou. Seja assim ouvida a voz do povo que, diga-se de passagem, é a fonte do poder.



Com Lucas Camargos (CA-PUCC). Grande amigo.
Início do 3º ato













(O artigo na íntegra será publicado no Jornal O Praetor - do Centro Acadêmicos Esther Ferraz)