Do que constam

19 de novembro de 2011

L | iteratura

Como era belo teu sorriso naquela noite. Minha boca ria próxima a sua, mas um abismo me separava de tocá-la. Sentia-me medroso e incapaz. Via no fundo do vale, correr o rio do meu medo, da minha vergonha e do meu fracasso de não tentar.

De um lado, eu, frio e semi-morto, esperava uma reação sua e do seu, quente e frívola, deixava a meu cargo uma ação...
A noite ia e maquiávamos nosso desejo com mais gargalhadas... a noite ia e junto dela toda nossa filosofia barata...

Então a aurora começou a despontar e nada mudou: nossos olhos contando o que nossa boca silenciava.