Como era belo teu sorriso naquela noite. Minha boca ria próxima a sua, mas um abismo me separava de tocá-la. Sentia-me medroso e incapaz. Via no fundo do vale, correr o rio do meu medo, da minha vergonha e do meu fracasso de não tentar.
De um lado, eu, frio e semi-morto, esperava uma reação sua e do seu, quente e frívola, deixava a meu cargo uma ação...
A noite ia e maquiávamos nosso desejo com mais gargalhadas... a noite ia e junto dela toda nossa filosofia barata...
Então a aurora começou a despontar e nada mudou: nossos olhos contando o que nossa boca silenciava.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCJpuYnL-S0nzMo4RXVHS1SSiZxvTM5vIJZlR3nioaCssfMrUFv3q0Ibp05H1IZslZO7E1nZ9EKE3nnkIaRG2fOJkLis94JXqTXlr9v54r84lvEJ6m6Ai_g5OG2wPcTBqZEgLKLm3OjEI/s400/Sandra+Gatta_+nascer+do+sol+desenho.jpg)